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O ETERNO REPOUSO. A SOLIDARIEDADE ESPIRITUAL DOS CRISTÃOS

Em comunhão espiritual

A Igreja é infinitamente maior do que aquilo que se vê! Ela se estende a regiões que hoje são inacessíveis para nós, que não podemos experimentar, mas sabemos com certeza de fé que elas fazem parte dela.

Há apenas um Corpo de Cristo, que é a Igreja. Mas os membros deste Corpo estão atualmente distribuídos em diferentes estados: parte deles na glória, desfrutando eternamente daquele Senhor a quem amaram e serviram em vida; outros, tendo concluído o seu caminho na terra na amizade com Deus, ainda esperam a sua purificação, não como uma punição imposta de fora, mas como exigência de amor para poderem desfrutar da santidade de Deus; e finalmente todos nós, que caminhamos pelas estradas da vida, indo em direção ao Senhor.

A unidade do corpo eclesial é tal que a única e mesma vida divina, a graça, circula livremente entre todos os membros que permanecem no espaço desta comunhão. É esta a raiz de toda a comunhão, da concórdia e do afeto mútuo.

O fato de serem bens espirituais não deve diminuir seu real significado, como se se tratasse de algo que fica à margem da realidade. “Espiritual” equivale a “sumamente real”, embora seja a expressão de uma realidade imaterial e, portanto, invisível aos sentidos.

Os bens da graça, então – diferentemente do que acontece na economia monetária – podem agir solidariamente em benefício de outros, sem com isso empobrecer os seus proprietários. Eis porque podemos desfrutar, de agora em diante, da intercessão de Nossa Senhora e dos Santos e somos chamados, ao mesmo tempo, a ser generosos em nossos sufrágios pelos defuntos. A oração O eterno repouso tem lugar aqui.


A caridade da oração

Se a solidariedade quanto aos bens de primeira necessidade é digna de mérito, quanto mais benemérita será a solidariedade nos bens espirituais, que é a única coisa de que necessitam os fiéis defuntos que ainda precisam de purificação! Não é por acaso que rezar a Deus pelos vivos e pelos mortos é uma obra de misericórdia espiritual, um genuíno ato de caridade.


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Nesse sentido, o purgatório não deve ser entendido como uma espécie de "punição" infligida por Deus, o que seria difícil de conciliar com Sua disponibilidade ao perdão. Paradoxalmente, a exigência do purgatório só pode ser compreendida a partir do amor misericordioso de Deus. Contemplar o Rosto de Deus, vê-Lo “face a face” (1 Cor 13, 12), é, de fato, a meta de todo o desejo humano; isso requer um amor expandido, indispensável para acessar a intimidade de tal comunhão. No caso – bastante comum, na crença habitual da Igreja – de que tal grau de amor não tenha sido alcançado em vida, será necessário um exercício suplementar de caridade, que se realize como purificação. Eis, portanto, o purgatório: uma grandiosa demonstração de misericórdia, idealizada pela benevolência divina para que mesmo aqueles "tímidos no amor" possam desfrutar da felicidade que é Deus.


As almas do purgatório amam a Deus irresistivelmente, mesmo que ainda estejam privadas da visão d'Ele: é nisso que consiste, na verdade, o seu castigo, o "fogo purificador" do purgatório. No entanto, eles sentem o desejo de tal purificação, que é sentida como necessária e, portanto, totalmente bem-vinda.


A prática dos sufrágios – dos quais O eterno repouso é talvez a expressão mais comum – permite-nos participar desta obra de purificação, em virtude daquela solidariedade nos bens espirituais que é recíproca na Igreja: do céu à terra (intercessão) e da terra ao céu (sufrágio). Ao fazer isso, podemos "emprestar" aos nossos irmãos falecidos o que lhes falta como indivíduos, mas a Igreja como um todo já possui e, portanto, pode compartilhar com eles também.


Quão devem ser gratos àqueles que, podendo dispor livremente de seus próprios atos, orações e méritos na terra, os dirigem precisamente a eles, para abreviar a sua purificação, participando dela! Quando chegarem a Deus, não deixarão de interceder pelos seus "benfeitores"! Rezar frequentemente O eterno repouso é um modo simples e eficaz de praticar a caridade do sufrágio: é meritório recitá-lo pelos nossos entes queridos e amigos falecidos, mas também quando tomamos conhecimento da morte de uma pessoa, de uma notícia brutal, quando passamos em frente a um cemitério... a caridade de um O eterno repouso não se nega a ninguém!


"Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno e brilhe para eles a Vossa luz”

Rezando O eterno repouso, imploramos luz e repouso para os falecidos: repouso (réquiem) após as adversidades e as preocupações terrenas, luz para cruzar o limiar escuro da morte, para nós. Entrar em mais detalhes imaginativos seria arriscado, e O eterno repouso sabiamente permanece em silêncio. Além disso, quando pedimos a Deus que permita que nosso falecido desfrute da luz de seu rosto, o que mais deveríamos acrescentar? Ele não é a nossa luz e a nossa paz, o nosso tudo?


Se ao menos pudéssemos ver a realidade como os nossos falecidos a compreendem agora! Provavelmente sorriríamos diante de algumas preocupações que agora nos parecem terríveis e, em vez disso, começaríamos a nos preocupar seriamente com outras coisas que agora consideramos sem importância.


Ouçamos o que nos sussurram os nossos queridos falecidos: Se vísseis as coisas como eu as vejo… Se soubésseis o valor dos pequenos sacrifícios escondidos, que no fim da vida dão uma consolação inimaginável! Se soubésseis quão grande é o valor, diante de Deus, da perseverança na caridade, da fidelidade aos compromissos de vida assumidos, do aguentar as adversidades silenciosamente… Se pudésseis compreender a preciosidade da oração de intercessão e de sufrágio, quantas coisas mudariam em vós!


Pe. Marco Panero, SDB

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