top of page
LogoAdma2015NoPayoffRevTrasp.png

SÃO JOSÉ CAFASSO

O Papa Pio XI, em 1º de novembro de 1924, aprovando os milagres para a canonização de São João Maria Vianney e publicando o decreto de autorização para a beatificação de Cafasso, aproximou essas duas figuras de sacerdotes com as seguintes palavras: "Não é sem uma especial e benéfica disposição da Divina Bondade que assistimos a este surgir no horizonte da Igreja Católica de novos astros, o pároco d'Ars e o Venerável Servo de Deus, José Cafasso.


ree

Exatamente essas duas belas, queridas, providencialmente oportunas figuras são-nos hoje apresentadas; pequena e humilde, pobre e simples, mas, entretanto, gloriosa a figura do pároco d'Ars, e a outra bela, grande, complexa, rica figura de sacerdote, professor e formador de sacerdotes, o Venerável José Cafasso". Trata-se de circunstâncias que nos oferecem a ocasião para conhecer a mensagem, viva e atual, que emerge da vida deste santo. Ele não foi pároco como o Cura d'Ars, mas foi sobretudo formador de párocos e padres diocesanos, também de padres santos, entre os quais São João Bosco. Não fundou, como outros santos sacerdotes do século XIX piemontês, institutos religiosos, porque a sua "fundação" foi a "escola de vida e de santidade sacerdotal" que realizou, com o exemplo e o ensinamento, no "Internato Eclesiástico de São Francisco de Assis", em Turim. José Cafasso nasceu em Castelnuovo d'Asti, no mesmo lugar de São João Bosco, em 15 de janeiro de 1811. É o terceiro de quatro filhos. A última, a irmã Marianna, será a mãe do Beato José Allamano, fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata. Nasce no Piemonte do século XIX, caracterizado por graves problemas sociais, mas também por muitos santos que se comprometiam a saná-las. Eles estavam ligados entre si através de um amor total a Cristo e uma profunda caridade pelos pobres: a graça do Senhor sabe difundir e multiplicar as sementes de santidade! Cafasso completou os estudos secundários e o biênio de filosofia no Colégio de Chieri e, em 1830, ingressou no Seminário Teológico, onde, em 1833, foi ordenado sacerdote. Quatro meses mais tarde ingressou no lugar que, para ele, se tornará a fundamental e única "etapa" de sua vida sacerdotal: o "Internato Eclesiástico de São Francisco de Assis", em Turim. Ali entrado para se aperfeiçoar na pastoral, colocou à disposição seus talentos de diretor espiritual e seu grande espírito de caridade. O Internato, na verdade, não era sobretudo uma escola de teologia moral, onde os sacerdotes jovens, provenientes sobretudo do campo, aprendiam a confessar e pregar, mas era também uma verdadeira escola de vida sacerdotal, onde os presbíteros se formavam na espiritualidade de Santo Inácio de Loyola e na teologia moral e pastoral do grande Bispo Santo Afonso Maria de Ligório. O tipo de padre que Cafasso encontrou no Internato e que ele próprio contribuiu para reforçar – sobretudo como Reitor – era aquele do verdadeiro pastor, com uma rica vida interior e um profundo zelo no cuidado pastoral: fiéis à oração, engajados na pregação, na catequese, dedicados à celebração da Eucaristia e ao ministério da confissão, segundo o modelo encarnado por São Carlos Borromeu, São Francisco de Sales e promovido pelo Concílio de Trento. Uma feliz expressão de São João Bosco resume o significado do trabalho educativo naquela Comunidade: "no Internato, aprendia-se a ser sacerdotes”. São José Cafasso tratou de aplicar esse modelo na formação dos jovens sacerdotes, a fim de que, por sua vez, se tornassem formadores de outros sacerdotes, religiosos e leigos, segundo uma especial e eficaz cadeia. Da sua cátedra de teologia moral, educava para serem bons confessores e diretores espirituais, preocupados pelo verdadeiro bem espiritual da pessoa, animados pelo grande equilíbrio no sentir a misericórdia de Deus e, ao mesmo tempo, um agudo e vivo sentido do pecado. Eram três as virtudes principais do Cafasso professor, como recorda São João Bosco: prudência, calma e cautela. Para ele, a verificação do ensinamento transmitido era constituída pelo ministério da confissão, ao qual ele próprio dedicava muitas horas do dia. A ele recorriam bispos, sacerdotes, religiosos, leigos eminentes e pessoas simples: a todos sabia oferecer o tempo necessário. De muitos, pois, que se tornaram santos e fundadores de institutos religiosos, ele foi um sábio conselheiro espiritual. O seu ensinamento nunca foi abstrato, com base sobretudo nos livros que se utilizavam naquele tempo, mas nascia da experiência viva da misericórdia de Deus e do profundo conhecimento da alma humana, adquirido ao longo do tempo transcorrido no confessionário e na direção espiritual: a sua era uma verdadeira escola de vida sacerdotal.


O seu segredo era simples: ser um homem de Deus; fazer, nas pequenas ações diárias, "aquilo que pode resultar na maior glória de Deus e na salvação das almas". Amava de modo total o Senhor, era animado por uma fé profundamente enraizada, sustentada por uma profunda e prolongada oração, vivia uma sincera caridade para com todos. Conhecia a teologia moral, mas conhecia também as situações e os corações das pessoas, das quais se fazia encarregado, como o bom Pastor. Quantos tiveram a graça de lhe serem próximos foram transformados em outros tantos bons pastores e válidos confessores. Indicava com clareza a todos os sacerdotes a santidade a se alcançar no próprio ministério pastoral. O beato padre Clemente Marchisio, fundador das Filhas de São José, afirmava: "Entrei no Internato sendo um grande arteiro e um cabeça de vento, sem saber o que significava dizer ser padre, e saí totalmente diferente, compreendendo plenamente acerca da dignidade do sacerdote". Quantos sacerdotes foram por ele formados no Internato e, depois, seguiram-no espiritualmente! Entre esses – como já disse – emerge São João Bosco, que o teve como diretor espiritual por 25 anos, de 1835 a 1860: primeiro como clérigo, depois como sacerdote e, finalmente, como fundador. Todas as escolhas fundamentais da vida de São João Bosco tiveram como conselheiro e guia São José Cafasso, mas de um modo bem preciso: Cafasso nunca tentou formar em Dom Bosco um discípulo "à sua imagem e semelhança", e Dom Bosco não copiou a Cafasso; o imitou certamente nas virtudes humanas e sacerdotais – definindo-o "modelo de vida sacerdotal", mas de acordo com as suas próprias atitudes pessoais e a própria vocação peculiar; um sinal de sabedoria do mestre espiritual e de inteligência do discípulo: o primeiro não se impôs sobre o segundo, mas o respeitou na sua personalidade e o ajudou a ler qual era a vontade de Deus sobre ele. Com simplicidade e profundidade, o nosso Santo afirmava: "Toda a santidade, a perfeição e o lucro de uma pessoa está no fazer perfeitamente a vontade de Deus […]. Felizes nós se, de fato, ao buscar assim o nosso coração no de Deus, ao unir totalmente os nossos desejos, a nossa vontade à sua, cheguemos a formar um coração e uma vontade somente: desejar o que Deus quer, querê-lo daquele modo, naquele tempo, naquela circunstância que deseja Ele e desejar tudo isso não por nenhuma outra coisa a não ser porque Deus o quer". Mas um outro elemento caracteriza o ministério do nosso Santo: a atenção aos últimos, em particular aos encarcerados, que na Turim do século XIX viviam em lugares desumanos e desumanizantes. Também neste delicado serviço, realizado durante mais de vinte anos, ele sempre foi o bom pastor, compreensivo e compassivo: qualidade percebida pelos detentos, que acabavam por serem conquistados pelo verdadeiro amor, cuja origem era o próprio Deus. A simples presença de Cafasso fazia o bem: serenava, tocava os corações endurecidos pelos acontecimentos da vida e, sobretudo, iluminava e balançava as consciências indiferentes. Nos primeiros tempos de seu ministério em meio aos presos, ele recorria muitas vezes a grandes pregações, que chegavam a envolver quase toda a população carcerária. Com o passar do tempo, privilegiou as pequenas catequeses, feitas nos colóquios e nos encontros pessoais: respeitoso dos acontecimentos de cada um, afrontava os grandes temas da vida cristã, falando da confiança em Deus, da adesão à Sua vontade, da utilidade da oração e dos sacramentos, e cujo ponto de chegada era a Confissão, o encontro com Deus feito por nós misericórdia infinita. Os condenados à morte eram objeto de especialíssimo cuidado humano e espiritual. Ele acompanhou ao patíbulo, depois de ter-lhes confessado e administrado a Eucaristia, 57 condenados à morte. Os acompanhava com profundo amor até o último suspiro de sua existência terrena. Morreu em 23 de junho de 1860, depois de uma vida ofertada inteiramente ao Senhor e consumida pelo próximo. O Venerável Servo de Deus Papa Pio XII, em 9 de abril de 1948, proclamou-o patrono das prisões italianas, e com a Exortação apostólica Menti nostrae, de 23 de setembro de 1950, o propôs como modelo aos sacerdotes comprometidos na Confissão e direção espiritual. (O presente perfil retoma a catequese de Bento XVI - Audiência Geral, 30 de junho de 2010).


Oração

Amado São José Cafasso, Vós que fostes o apóstolo dos presos e dos condenados à morte, o formador de sacerdotes e o consolador dos pobres, fazei com que aqueles que levam uma vida de miséria sintam, próximo deles, o amor de Deus. Confiamos a Vós sobretudo aqueles que têm a prisão do pecado em seus corações ou que estão presos por causa de seus erros; intercedei por todo arrependimento sincero e pelo poder da Misericórdia de Deus. Intercedei por nós pelo dom da fé sincera, da esperança viva, da caridade fiel. Obtende-nos do Senhor, por Vossa poderosa intercessão, as graças as quais mais necessitamos. Amém


Pe. Pier Luigi Cameroni Sdb

Commentaires


LogoAdma2015PayoffADMA-OnLine_edited.png
LogoAdma2015NoPayoffRevTrasp.png
ADMA
Associação de Maria Auxiliadora
  • ADMA don Bosco
  • ADMA Primaria
  • Instagram
  • YouTube ADMA

Via Maria Ausiliatrice 32

Torino, TO 10152 - Italy
Privacy

Copyright © 2022 ADMA All rights reserved

bottom of page